O Região Bairradina colocou ontem online um artigo (de onde saquei a imagem que ilustra este post) com a opinião dos presidentes das Juntas de Freguesia de Mogofores e de Avelãs de Caminho sobre a extinção de freguesias. A minha opinião sobre o assunto já foi dada aqui, mas repito-a para que fique claro: devia-se eliminar TODAS as freguesias em Portugal.
O presidente da Junta de Mogofores, José Maria Ribeiro (PS), fala num assunto um pouco caricato: "Há muitos idosos que necessitam de fazer prova de vida e dirigem-se aqui à Junta para lhe passarmos essa certidão". Eu acho estranho é que alguém que, obviamente, está vivo tenha de fazer o que quer que seja para o provar.
Já César Andrade, presidente da Junta de Avelãs de Caminho (PSD), fala em perdas "na prestação de serviços à comunidade". Muito sinceramente pergunto o que é que as Juntas fazem que a Câmara Municipal não possa fazer? Limpar as valetas? Limpar os caminhos? Passar certidões? Apoiar associações? O que é que as Juntas fazem que só elas, e mais nenhum organismo do Estado, podem fazer?
Por fim, ambos os presidentes chamam a atenção para os bairrismos existentes. Eu acho que esse é um argumento artificial e criado pelos políticos e senhores locais. Eu não sei distinguir um mogoforense de um avelense pela língua, pela cultura ou pelas tradições. Alguém sabe? Os de Espairo dizem que são de Espairo, os de Couvelha dizem que são de Couvelha, os da Pedralva dizem que são da Pedralva, e no entanto pertencem todos à freguesia de São Lourenço do Bairro e não há nenhuma diferença significativa entre eles. Se não afirmassem qual é a sua terra de origem, alguém conseguia adivinhar? Alguém os conseguia distinguir sequer de um natural de Vilarinho, de Paredes, de Monsarros ou da Candeeira?
Claro que as câmaras municipais não poderão fazer tudo o que as juntas de freguesia fazem.
ResponderEliminarClaro que o facto das pessoas não terem transporte não pode ser desculpa (sabem em que ano estamos???).
Claro que se não há transporte é porque essa junta de freguesia e essa câmara municipal não fez o seu trabalho.
Claro que as juntas têm poderes reduzidos.
Claro que as câmaras estão demasiado afastadas da população.
Claro que, na grande maioria dos casos, as decisões não são em prol da comunidade, mas...
Bairrismo??? Pois, se parte até dos agentes políticos... estamos mal... Este "bairrismo" representa a falta de cultura e de intelecto que a nossa população tem.
Concordo com um "refazer" de todo o mapa politico-administrativo... de norte a sul, sem ignorar as ilhas. Não faz sentido "ajustar" freguesias dentro dum espaço confinado a que alguém chamou concelho. A administração local da Moita faz todo o sentido ser a mesma que gere a localidade de Arcos e toda a cidade de Anadia, mas já não faz sentido ser a mesma que gira o Saidinho. Por outro lado, faz todo o sentido que a administração da cidade de Oliveira do Bairro, gira também Sangalhos. Se isto não é bairrismo, é estupidez administrativo-burocrática.
Eu acho que as Câmaras podem fazer tudo o que as juntas fazem. Se calhar o serviço público até podia ser melhorado ao estender-se os periodos de atendimento ao público para horários pós-laborais.
ResponderEliminarEste "bairrismo" não é falta de cultura: é "a" cultura que interessa a quem quer que se mantenham estes pequenos poderes.
A questão Oliv. Bairro/Sangalhos tem a ver com a fusão de municípios, e já vários bloggers (eu, e creio que tu tb) falaram que era desejável a criação de um grande município da Bairrada.
Esta ideia da pura e simples extinção das freguesias tem o benefício de mexer pouco com a realidade administrativa a que as pessoas estão habituadas, só isso, mas não invalida as outras ideias que foram surgindo ou que possam surgir. Chamas, e bem, a atenção de que zonas cujo povoamento é distinto deve ser gerido de forma distinta. Já não concordo contigo na parte de essa gestão ter de ser feita por entidades distintas pois isso depende do know how que cada entidade tiver.