1. No sábado, dia de reflexão, passou-se
isto na Assembleia Popular do Rossio (sucessora da
acampada na mesma praça). Dá na televisão belga, mas não dá na televisão portuguesa... Deve ser uma tradição jornalística portuguesa, consolidada
neste e noutros casos.
2. À 3 semanas atrás Louçã atirou à cara de Sócrates,
durante o debate televisivo a dois, que existia uma 2ª versão do memorando da
troika. Não se passou nada - desculpas esfarrapadas de que era a mesma coisa que o 1º memorando serviram para chamar a Louçã de mentiroso. Uma semana antes das eleições Passos Coelho vem pedir explicações sobre
as versões do memorando. O assunto vai sendo alimentado nos
media e no final da semana chega-se (finalmente!?) à certeza
mediática de que existe uma 2ª versão... Mesmo a tempo de desfazer um empate técnico... ;)
3. Desde o dia em que foi assinado o memorando da
troika que temos a certeza que o verdadeiro programa de governo de PS, PSD e CDS já estava escrito. Mas nunca o vimos até ontem(!).
Aproveitem e vão ver o que votaram...
Os 3 pontos anteriores servem para que se perceba bem [ironia ON] o belo trabalho que os media fizeram aos portugueses nesta campanha eleitoral [ironia OFF]. Infelizmente muitos jornalistas e comentadores limitaram-se a reproduzir a voz dos donos. E deu para perceber que a "máquina mediática" do PS ganhou à "máquina mediática" do Bloco e perdeu para a do PSD. Quando uma notícia deu jeito ao PSD, para fazer a campanha final do medo contra Sócrates, ganhou muito mais visibilidade do que quando dava jeito ao Bloco... As linhas editoriais emanadas dos accionistas dos media foram cumpridas, com maior ou menor influencia dos "assessores" e da competência jornalística, tal como já são cumpridas à muitos anos (ou talvez até desde sempre!) e vai ser "engraçado" ver o que a maioria destes jornalistas tem para dizer daqui a um ano ou dois...