segunda-feira, 23 de maio de 2011
Medida de combate ao défice: legalização das drogas
Uma das coisas que me intriga na nossa sociedade é a disseminação da hipocrisia. Um dos exemplos mais claros disso é a questão das drogas. Drogas duras como os ansiolíticos e o álcool são legais, umas por questões financeiras e de saúde, outras por questões culturais. O tabaco, que é das drogas mais viciantes que existem, também é legal. O café, que é uma droga leve mas bastante viciante, é quase uma instituição portuguesa. Já uma droga leve como a cannabis, que não causa vício, tem utilizações medicinais comprovadas e quase não tem efeitos secundários é ilegal. Digam o que disserem, isto não tem lógica nenhuma.
Nestes tempos de crise e de aperto financeiro devia ser discutida seriamente a legalização das drogas. Seria uma belíssima maneira de combater o défice e de contribuir para uma utilização melhor melhor dos recursos do Estado. Vejamos bem a situação: para o combate às drogas são necessários polícias para capturar os traficantes, que depois têm de ser levados a tribunal onde ocupam toda a máquina juducial e, depois de uma condenação, os traficantes vão para a prisão. Tudo isto tem custos. Tudo isto sai do Orçamento de Estado, financiado com os nossos impostos. Toda a economia da droga é subterrânea, ou seja, entra na categoria da "economia paralela" que dizem ser cerca de 25% da nossa economia total, e, se pensarem bem no assunto, a droga é importada (pelo menos na sua imensa maioria). Ou seja, é um negócio que não paga imposto e é dinheiro que sai do país, além do que já é gasto no seu combate.
Se legalizarmos as drogas, além da poupança que efectuamos no Estado, ainda podemos recolher dinheiro através de impostos sobre os produtores e os comerciantes. De um momento para o outro passamos de um ponto em que estamos constantemente a gastar dinheiro para outro ponto em que estamos a ganhar dinheiro. Se fizermos uma boa lei podemos até ter dentro do País todo o circuito de produção e comercialização, mantendo regras que impeçam o acesso dos menores de idade aos pontos de comercialização.
E eu nunca mais me esqueço da conversa que um dia tive com uns holandeses: quando lhes perguntei se eles usavam alguma droga eles responderam-me que não; e quando eu lhes perguntei porquê, se afinal a tinham à disposição, responderam-me "Porque é legal!". Ou seja, como a cannabis é legal lá na Holanda eles não sentiam a adrenalina jovem/adolescente de quebrar as regras e por isso a droga era menos apelativa. E esta, hein?...
Como eu percebo bem o que Bill Hicks diz...
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