terça-feira, 5 de julho de 2011

Estamos em retrocesso civilizacional


Eu já tinha referido este tuite à uns dias. Na altura o tema do post não era este, mas convém agora pegar neste assunto que é tão importante como o desempenho económico do nosso país. O programa do Governo fala no plafonamento das pensões, uma palavra cara que quer dizer que quem ganha mais vai descontar menos para a segurança social, logo essa classe social (odeio o discurso de classes, mas o PSD a isto obriga...) vai contribuir menos para as reformas de TODOS. A médio prazo (se não for já a curto prazo), juntamente com o corte na TSU, que representa menos 800 milhões de euros para a Segurança Social, isto vai levar ao aparecimento de um gigantesco buraco financeiro. Agora, só precisam de imaginar o que vai acontecer num futuro próximo às pensões e reformas... Volto a dizer que quanto mais tempo o PSD se mantiver no Governo em pior estado vai ficar o país. Ainda vamos acabar ao nível dos países árabes, com uma elite riquíssima e a imensa maioria da população na pobreza...


Passos Coelho pretende contrabalançar estes efeitos destruidores da sociedade com uma maior participação da "sociedade civil" na assistência aos mais necessitados. Isto é o retrocesso civilizacional pelo qual a Opus Dei e os caciques locais tanto anseiam: deixa-se a maior parte da população sem qualquer rede de segurança até que sejam obrigados a recorrer à "generosidade" das Santas Casas, dos padrecos e bispecos (como é que estas pessoas e instituições vão ter dinheiro disponível?...) e dos ricos da zona. Mas depois, quando estes "senhores locais" abusarem do poder que reganharam (e sempre abusaram ao longo de toda a História da Humanidade - está nos livros) e os trabalhadores forem obrigados a jornadas de sol a sol, as mulheres mais bonitas ou jeitosas obrigadas a dar a cona para o marido manter o trabalho e poder colocar comida na mesa para os filhos, quando andarem a criar filhos que "são vossos mas têm a cara do padeiro", quando tiverem de se humilhar aos pés do padreco de ocasião, talvez então se lembrem do erro que fizeram no ano de 2011, quando elegeram Cavaco para Presidente da República e Passos Coelho para 1º Ministro. Em termos civilizacionais, vamos andar um século para trás. E à um século atrás, já estávamos atrasados mais de meio século em relação à Europa Central...

Acham estranho a Opus Dei estar interessada neste retrocesso? Não deviam... Isto vai significar um povo menos instruído e mais dócil no futuro, condições necessárias para esta organização medrar e se tornar mais poderosa dentro da sociedade. Ter um povo que possa argumentar com um qualquer padreco e reclamar direitos para ele e deveres para os patrões é uma coisa extremamente perigosa para os Opus Dei. Já disse, e volto a repetir: os Opus Dei são muito mais perigosos para a sociedade do que qualquer organização maçónica. Os maçons querem dinheiro e lugares de destaque, já os Opus Dei querem poder absoluto...

O dever de ajudar os mais necessitados não é um exclusivo da Igreja ou dos mais ricos, mas sim de toda a sociedade através do Estado. A isto chama-se ética social, coisa que a Igreja (e os Opus Dei) desconhecem - só sabem falar de moral...

Sem comentários:

Enviar um comentário