Estas são umas eleições muito especiais. Pela 1ª vez desde que posso votar que apareceram partidos cujo programa eleitoral é para entregar o controlo do país a potências estrangeiras e aos “mercados” financeiros, e logo os 3 partidos do “arco do poder”!? Pela 1ª vez desde que sou vivo que sinto a soberania do meu país em perigo. Pela 1ª vez desde que sou vivo a esquerda, que eu considerava radical, aparece com propostas mais sensatas e razoáveis que PS, PSD e CDS.
A renegociação da dívida pública portuguesa, caso a balança do poder dentro da EU não mude a favor dos partidos keynesianos, vai ser inevitável, e esse é o ponto fulcral: PS, PSD e CDS nem falam do assunto, preferem entregar-se nas mãos dos carrascos do país (devem estar à espera de algum tipo de benevolência, o que revela uma infantilidade grosseira para quem quer governar 10 milhões de pessoas), enquanto que BE e CDU reconhecem a situação de quase catástrofe das finanças públicas portuguesas e apresentam propostas que, apesar de conduzirem a um quadro de grandes dificuldades económicas para o país, podem efectivamente ser a solução para evitar o descalabro económico e social em Portugal. Além disso, a renegociação da dívida portuguesa pode ser a bomba atómica que vai fazer despertar os restantes países europeus e isolar os liberais aos olhos dos restantes eleitorados europeus.
Chegado aqui a minha escolha, tendo em vista a utilidade do meu voto (os pequenos partidos que me perdoem, mas vou votar para tentar eleger efectivamente algum deputado), fica entre a CDU e o BE. Eu, que nunca votei em nenhum destes partidos, vou votar naquele que apesar de tudo tem dentro dele algumas pessoas que eu reconheço como sendo ideologicamente social-democratas, ou seja, que reconhecem que é preciso dar um bom grau de liberdade à iniciativa privada para fazer a economia crescer e estar apta a lidar com a evolução económica mundial que virá. Portanto, voto BE, e espero que muita gente vote comigo no distrito de Aveiro pois isso significa também retirar deputados ao PSD, o mais incoerente projecto governativo a votos.
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