segunda-feira, 6 de junho de 2011

A consciência do voto de ontem


Durante o dia de hoje fui procurando perceber a reacção das pessoas ao resultado das eleições e, invariavelmente, lá vinha à baila o Sócrates: "que finalmente vai embora", "que já não se suportava mais" e uma série de insultos que não vou aqui repetir. Não ouvi ninguém dizer que o programa do PSD era bom, ou que o Passos Coelho era um bom líder, apesar de ter sacado a duas mulheres que ele "era bonito" (e esta gente vota...).

Em suma, nestas eleições @s eleitores não deram a maioria ao PSD, o que aconteceu foi que votaram contra Sócrates (nem foi contra o PS...). Vai ser engraçado ver o que as mesmas pessoas vão ter para dizer quando Sócrates concorrer à Presidência da República...

O que estas eleições demonstraram com clareza é que o voto não foi determinado por opções conscientes sobre as propostas de cada partido. Foi uma birra colectiva contra o ex-Primeiro Ministro que fez muita gente colocar-se atrás do adversário com mais hipóteses de o derrotar. Isto não seria nada de extraordinário se não estivessemos a falar de adultos... Adultos que não sabem nem procuraram saber as consequências do que iriam fazer. Ora, que eu saiba, este tipo de atitudes é admissível em crianças e nos jovens em plena puberdade, não em adultos!

Está claro que a nossa democracia ainda não atingiu a fase adulta. Ainda falta percorrer um longo caminho até que a maioria dos eleitores tenha a maturidade para responder pelo seu voto. Mas depois do dia de hoje (e não do de ontem...) morreu um bocadinho mais a minha fé na democracia...

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