imagem sacada daqui
Encontrei na internet, por acaso, este belíssimo site: http://maismenos.net. Já tinha ficado intrigado com as imagens daquela bandeira na manif de 12/03... Agora, em vez de tentar explicar por palavras minhas o que é o ±, deixo-vos com o texto que se pode encontrar no site, e garanto-vos que a leitura vale bem a pena:
Trata-se de um trabalho do 5º ano de Design e pertence ao colega Miguel Januário. Toda a gente já deve ter “esbarrado” contra um ± num qualquer sítio da cidade do Porto e proximidades. Numa conversa de café, o colega Miguel explicou-me o fundamento do seu trabalho em poucas linhas: é um manifesto anti-consumista que visa anular o sentido publicitário de um “produto” de modo a torná-lo neutro em termos de comunicação. Assim o “produto” é valorizado no seu conteúdo em consequência da sua não comunicabilidade, ou seja, a qualidade deixará de ser explícita para passar a ser implícita.
É claro que se trata de um movimento extremo ou até extremista, radical e muito político, mas não deixa de ter a sua importância na chamada de atenção que manifesta. É também interessante o facto de o trabalho (sendo contrário ao do consumismo) usar os mesmos meios para se publicitar – a repetição exaustiva. Este será sempre um efeito da globalização e a única forma de a anular (se for essa a nossa intenção). Não só teremos de abusar na divulgação como também nos media – os grandes motores da globalização. Embora se diga que os novos media (a internet, a televisão por cabo, etc…) nos dão a possibilidade de escolha dos conteúdos e de informação, este pressuposto não poderia ser mais enganador, já que estes só alimentam mais a nossa “sede” de consumo de informação e produtos – quanto mais comemos mais queremos comer. A tão aguardada liberdade do cidadão global não passa pela liberalização dos media mas sim pela consciência do próprio indivíduo e nas escolhas que faz – embora se viva em constante “estimulação”, as necessidades, hoje em dia, não são reais mas sim virtuais. Daí a pertinência do ±, desta idealização das escolhas “perfeitas” do Homem perante uma sociedade de consumo. Uma espécie de comunismo contemporâneo, onde se valoriza o indivíduo em oposição ao que consome. Num retrato mais alargado, mais global, esta medida (±) consegue-nos provocar e pensar um pouco, quanto mais não seja porque nos “berra” todos os dias em quase todos os cantos da cidade. Mas não será a mesma realidade que vivemos todos os dias com os cartazes, publicidades, anúncios nos sítios mais incríveis e cada vez mais interactivos? Vamo-nos deixar ser comidos por um Menu Big Mac?
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